–The real brown Sound!.
-Há muito tempo as pessoas desenvolveram uma obsessão por timbres clássicos, a Marshall não ficou de fora, antes de começarmos essa resenha capirota, tenha em mente que transformadores são a alma dos amplificadores valvulados, quem me acompanha sabe que falo isso há anos..
-Mas afinal por que o “The real tone” que consagrou os caras das antigas, aquele som cheio de médios, agudos cortantes, harmônicos que nem sistemas de gravação rudimentares dos anos 70 e 60 conseguiam esconder, não aparece mais nas versões modernas desses amplificadores lendários, a exemplo das versões reissue???
A resposta é muito simples!
-Drake transformers.
-Drake era a antiga fábrica de transformadores dos amps da Marshall, eles faziam transformadores que eram verdadeiras obras primas e responsáveis por 90% do “the real tone” desses amps,utilizavam boa chapa de silicio, bons fios, excelentes isolantes, bons planos de camadas, calculo preciso pra obter baixissima capacitância parasita, a parceria deles (Marshall e Drake) acabou nos anos 60’s, pois a Marshall virou multinacional, e o que era uma empresa de boutique fundo de quintal, virou uma multi-nacional com foco no lucro, diminuição de custos, buscando mercados e com concorrentes(Vox, fender, Laney, Orange) querendo o mesmo, como a Drake não iria baixar seus preços e eu não sei se consegueria atender a uma demanda maior, a Marshall começou a usar transformadores de uam emrpesa chamada Dagnal, e o som também mudou!
-Volta e meia eu pego amplificadores com trafos queimados pra rebobinar e a diferença de materrial e tecnica de bobinagem é gritante entre material usado nos anos 60,50’s.
-Uma característica dos amplificadores com esses transformadores(drake) é que a tensão dc dentro era de 480 volts dc, nas versões de amplificadores atuais tensão é mais baixa, percebe-se nas reissue o som com um véu de graves, como houvesse um pano na frente dos falantes, os Marshall antigos tinham agudos e médios cortantes(fura mix), bordões com aqueles graves de sino baladando, quem me conhece sabe que eu sempre falei sobre isso e finalmente alguém fez um vídeo comparando a versão original 1967 e a versão reissue, assistam e tirem suas conclusões… https://www.youtube.com/watch?v=q__xhjj_9KE
Voltando ao assunto…
-Algumas versões posteriores como o Jcm800 2204 anos 80, plexi 1987x anos 80 ainda saíram com os Drake nos Eua, não sei ao certo o porquê, mas acredito que pela exigência do mercado americano e poder aquisitivo, afinal o mercado americano fatura 5 bilhões de dólares com instrumentos musicais, o Brasil em sua melhor fase foram 270 milhões. .
-Lembram da polemica do Slash com o tal Marshall que ele não se lembra porque tinha aquele som fantástico do primeiro disco e o tecnico faleceu e nunca contou o que havia mexido no amp?!?!
-Se olharmos com uma lupa o setup dos grandes guitarristas com plexi, jcm800 ou eles tem versões originais da década de 50, 60´s, ou series especiais, ou amps modificados com esses trafos), outro dia o Lukather colocou fotos do plexi 1967 dele, o Evh, Malmsteen, Hendrix, Srv e outros tem versões da mesma época.
-Só pra vocês entenderem o que eu digo vou contar uma história:
-Van Halen tem um plexi que usava pra tudo, com o tempo o transformador de saída foi pro saco e o som não era mais o mesmo, ele tentou usar trafos originais das versões mais novas e o som não acontecia, um dia no show na Holanda ele por força do destino, ele conheceu um dos caras que fazia restaurações e tinha os trafos originais da Drake, o cara disse que faria o Trafo e instalaria no amp, o resultado você pode ouvir no Álbum balance, Vh ficou tão satisfeito que gravou o cd todo com o Plexi novamente, e saiu da peavey, partindo pra um novo projeto de 5150 na Fender.
Uma vez saiu na revista guitar word uma matéria sobre diferença de som nos Celestion vintage 30 e o engenheiro confessou que materiais distintos eram usados de acordo com a empresa terceirizada era impossivel manter o mesmo som em todas unidades, -Resumindo.. Ele disse que era difícil manter o padrão e que alguns lotes saiam com materiais atípicos(gambiara). kkkk
Conclusão.
-São essas mínimas coisas que tornaram esses amplificadores lenda , e não são comentadas, afinal para a indústria a maioria dos clientes são surdos e compra pela marca e marketing envolvido, sempre precisam do aval de um guitarrista dizendo que aquilo é legal, afinal quantos iriam atrás dessa informação que falei??
Detalhes meus amigos… É lá que o diabo mora.. nos detalhes…
Ps: Encontrar um transformador original da época é difícil, tem muito transformador chinês com o selo drake no mercado, alias os chineses estão pirateando tudo..
Então posso chamar os Drake atuais de “ManDrake”?
Abç
Excelente artigo, assisti o vídeo q vc indicou e achei o 67 com muito mais médios e agudos cortantes quando na distorção, total Marshall. Já o reissue achei carregado nos low mids, talvez por isso esse timbre dark e meio abafado q vc citou. Não achei ruim, mas parece um timbre mais genérico, não tanto um Marshall.